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Desbloqueando a promessa de otimização de custos

A gestão de custos é uma prioridade para as empresas que buscam manter-se competitivas em um cenário econômico desafiador. Contudo, a simples redução de despesas nem sempre é a melhor solução. Doug Gish, Stanley Porter e Leon Pieters, consultores da Deloitte discutem que o foco deve ser em estratégias que promovam eficiência e sustentabilidade, aliando inovação e otimização dos processos. Para que as empresas realmente se destaquem, é necessário um olhar mais profundo sobre como os recursos podem ser melhor aplicados.

Pontos-chave (Key Insights):

  • Investimento em tecnologia e automação: A implementação de tecnologias avançadas pode resultar em redução de custos operacionais e aumento de eficiência.
  • Integração de processos dentro da empresa: Coordenação entre as áreas e eliminação de redundâncias geram uma operação mais otimizada.
  • Gestão estratégica de custos a longo prazo: O foco deve estar em estratégias que busquem sustentabilidade e competitividade a longo prazo, não apenas redução de custos imediatos.

O Foco no Longo Prazo: Investimentos Estratégicos

Embora muitas organizações procurem reduzir custos de forma imediata para melhorar a margem de lucro, essa estratégia pode ser prejudicial no longo prazo. Ao cortar excessivamente, empresas correm o risco de comprometer a inovação e a qualidade, fatores essenciais para manter a competitividade. Para realmente se destacar, o foco deve ser colocado na aplicação de estratégias de gestão de custos que favoreçam o crescimento sustentável.

Tomemos o exemplo do setor energético. Antigamente, a construção de infraestrutura pesada, como usinas e redes de transmissão, era a principal forma de garantir capacidade e expansão. No entanto, com o avanço das tecnologias digitais e descentralização da produção de energia, as empresas do setor têm encontrado maneiras de reduzir custos por meio de sistemas mais modernos e eficientes. O uso de tecnologias de dados, por exemplo, permite que as empresas monitorem a produção de energia de forma mais precisa, sem a necessidade de grandes investimentos em novas infraestruturas, promovendo assim uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos.

Essa abordagem reflete a ideia central de que a redução de custos deve ser estratégica, favorecendo investimentos que tragam retornos a longo prazo, como no caso das tecnologias que permitem maior controle sobre os custos operacionais e, ao mesmo tempo, incentivam inovações que geram valor contínuo. Afirma Jian Wei, diretor da Deloitte Consulting LLP, “Não se trata de cortar cabeças. Trata-se de se tornar mais eficiente, gastar menos em operações e manutenção e usar esses recursos para investir no futuro.”

Otimizando Processos: A Integração Interna das Operações

Em muitos casos, as empresas têm adotado abordagens fragmentadas, com cada departamento buscando sua própria forma de reduzir custos. No entanto, isso pode resultar em esforços dispersos que não maximizam o impacto das mudanças. A chave para uma gestão de custos mais eficaz está na integração dos processos internos, ou seja, na eliminação de redundâncias e na coordenação entre os diferentes setores da empresa.

Os autores abordam um exemplo dessa estratégia em empresas do setor alimentício, onde departamentos isolados, como compras, logística e vendas, trabalhavam de forma independente. Isso gerava falhas no processo de comunicação, erros e custos desnecessários. Ao integrar melhor esses setores, a organização não apenas conseguiu reduzir custos, mas também encontrou oportunidades para inovar. A otimização do relacionamento com fornecedores, por exemplo, não só eliminou desperdícios, mas também aumentou a receita ao melhorar a forma como a empresa usava os dados e as informações de mercado.

Com isso, o conceito de “otimização” se expande além da simples redução de custos, passando a envolver também uma análise mais profunda sobre como os recursos podem ser alocados de forma mais inteligente e integrada para gerar valor real e contínuo.

Parcerias Estratégicas: Além da Terceirização

Historicamente, muitas empresas adotaram o conceito de terceirização como uma forma de reduzir custos com tarefas não essenciais. No entanto, a abordagem moderna está indo além. As empresas não estão mais simplesmente terceirizando funções operacionais; elas estão se associando a parceiros estratégicos para impulsionar a inovação e garantir que as mudanças necessárias sejam implementadas com sucesso.

Por exemplo, grandes varejistas que antes mantinham o controle total sobre as operações de merchandising estão agora se associando a fornecedores externos especializados. Essas parcerias não só ajudam a reduzir custos, mas também permitem que as empresas se concentrem no que fazem de melhor, deixando tarefas mais específicas para quem tem expertise no assunto. Além disso, parcerias estratégicas estão sendo cada vez mais procuradas para gerenciar riscos em áreas como segurança cibernética, onde os danos podem ser significativos.

Essa mudança de foco — de terceirização para parcerias estratégicas — reflete uma mentalidade mais moderna e colaborativa. As empresas, ao invés de buscar economizar por meio de cortes, estão buscando maneiras de criar valor conjunto, fortalecendo sua posição no mercado e minimizando riscos ao mesmo tempo.

Tecnologia e Inovação como Aliadas na Gestão de Custos

Outro ponto central discutido pelos especialistas da Deloitte é a aplicação de tecnologias avançadas para melhorar a gestão de custos. O uso de inteligência artificial (IA) e outras ferramentas digitais tem demonstrado um grande potencial para otimizar a forma como as empresas gerenciam sua cadeia de suprimentos, controlam inventários e fazem previsões de demanda. Essas tecnologias permitem decisões mais rápidas e precisas, gerando economia significativa ao evitar erros e otimizar recursos.

No setor de bens de consumo, por exemplo, a IA tem sido fundamental para ajustar a produção e os pedidos de matéria-prima com base em previsões mais assertivas. Antes, as empresas confiavam em estimativas manuais, o que muitas vezes resultava em excesso de estoque ou falta de produtos. Com a inteligência artificial, essas previsões são feitas com mais precisão, minimizando perdas e maximizando a eficiência de toda a operação.

Além disso, a IA também está sendo aplicada para lidar com incertezas, como as mudanças repentinas na demanda ou interrupções no fornecimento. No setor de energia, por exemplo, algoritmos baseados em IA são utilizados para otimizar o consumo de energia e ajustar a oferta às necessidades em tempo real, sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura. Esses exemplos demonstram como as tecnologias podem ser grandes aliadas na gestão de custos, não apenas no momento de cortar despesas, mas também no processo de gerar mais eficiência e reduzir o desperdício de recursos.

A Nova Abordagem na Gestão de Custos

Em um cenário econômico dinâmico, a redução de custos não deve ser vista como um fim, mas como parte de uma estratégia mais ampla que visa otimizar os recursos e garantir a sustentabilidade e o crescimento contínuo das empresas. A chave está na integração de diferentes processos e departamentos, no uso estratégico de tecnologias avançadas e na busca por parcerias que ajudem a empresa a inovar e crescer de forma mais eficiente.

Empresas que adotam essa abordagem conseguem não só reduzir custos de maneira mais inteligente, mas também criar novas oportunidades de negócio, melhorar a experiência do cliente e garantir sua competitividade a longo prazo. O conceito de “gestão de custos” vai além do simples corte de despesas e passa a ser entendido como uma forma de maximizar a utilização dos recursos e garantir que os investimentos feitos hoje tragam retornos significativos no futuro.

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